Um grupo de legisladores italianos promoveu um beijo coletivo para
interromper um debate que decorreu na última sexta-feira como protesto à
falta de leis na defesa da população LGBT italiana. Em causa está uma
medida aprovada, no dia anterior, que estende a lei de
anti-descriminação de 1993 aos casos de “crimes motivados por homofobia e
transfobia”. O jornal La Republica publicou que a lei foi aprovada com
354 votos contra 79, pela Câmara de Deputados. No entanto, o PdL,
Partido de Silvio Berlusconi, terá feito declarações no sentido da mesma
não ser aprovada pelo Senado italiano.
Um grupo de deputados do partido M5S (Movimento 5 Estrelas), como forma
de protesto ao possível chumbo da lei, levantou-se durante a discussão
para beijar e/ou abraçar uma pessoa do mesmo sexo, enquanto outras
seguraram cartazes apelando a “mais direitos” LGBT na Itália. Defendem a
“igualdade de direitos e dignidade sem género. Porque um beijo e um
abraço não devem ser assustadores”.
http://www.youtube.com/watch?v=b0_-LXgfWqs
Ainda que a lei venha a ser aprovada, os grupos LGBT têm-se manifestado
negativamente sobre o conteúdo do projecto, alegando que esta pode ser
uma lei “inútil”. Explicam que o projecto original, apresentado em
Outubro de 2012, terá sofrido alterações significativas por pressão dos
partidos da direita. Assim, a lei é considerada “perigosa” porque embora
penalize a homofobia e transfobia, não prevê a descriminação com base
na “orientação sexual” e “identidade de género”, conceitos que não são
omissos no projecto de lei.
Esta notícia surge numa altura em que a Itália, tem sido reconhecida
pela Amnistia Internacional, como um dos países mais
homofóbicos/transfóbicos na União Europeia. Falham, principalmente na
implementação de leis anti-disciminatórias com base na orientação sexual
e identidade de género, onde estes crimes não são considerados crimes
de ódio.
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